É natural que as meninas cresçam com a idéia de que um dia encontrarão seu príncipe encantado, afinal, é assim nas histórias que são contadas a elas desde a tenra idade. Nós, os meninos, no entanto, somos criados com a idéia de que temos que ser fortes, brutos, afinal o mundo que nos espera lá fora é uma selva onde apenas os fortes sobrevivem. Assim aprendemos a brigar, a reprimir as emoções a nos tornar duros.
Com o passar do tempo, as meninas tornam-se lindas mulheres e nós, os meninos, crescemos como cães transformados em lobos. E um dia, dá-se o encontro. Toda Fera encontra sua Bela e o inevitável choque de percepções da realidade de um e de outro transparecem na idéia de que no final, nunca seremos o príncipe com o qual nossa Bela sonhou.
Daí virá a incessante busca das mulheres de transformar o homem pelo qual ela se apaixonou; no homem idealizado por ela desde a infância. Cabe a nós, as Feras, cedermos a isso ou não, acatarmos a idéia de que temos que nos transformar e fazer, realmente, alguma coisa acontecer.
Eu adoro esse filme, cujo link disponibilizo abaixo. O assisti umas mil vezes com minha filha em sua primeira infância. E penso que este trecho sintetiza um pouco do que estou querendo dizer. Quando as Feras finalmente conseguem perceber que podem, não se tornar o príncipe idealizado, mas podem se tornar menos brutos, opera-se um milagre que é o fato de que, podemos finalmente abandonar um pouco dos ranços que a vida inteira nos deu: a dureza, a frieza, a brutalidade, a violência. E se percebemos isso e nos tornamos mais sensíveis, logicamente não deixaremos de ser homens por causa disso, mas com certeza, nos tornaremos pessoas melhores.
Talvez, este seja o mais importante papel que a mulher vem desempenhar na Terra. Mostrar ao homem que ele pode e deve ser melhor do que aquilo que aprendeu a vida toda. Que ele não precisa perder sua essência, mas pode, virar um cara melhor, mais sensível, menos duro, menos amargo pelos calos da vida e menos sofrido pelas cicatrizes das batalhas.
E assim, nossa essência animal; aquele instinto primitivo que nos retira a capacidade de raciocinar nos momentos de fúria; pode finalmente começar a nos abandonar e quando isso acontece, outra palavra mágica passa a fazer parte de nossa vida: serenidade.
Talvez hoje, amanhã e em cada momento de nossa vida, seja a hora de realmente fazermos algo acontecer e deixarmos um pouco a Fera de lado, pois é esta serenidade que as Belas querem nos trazer e quando finalmente, entendemos isso, passamos então a entender tudo.
por Márcio Gualberto
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