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18 de maio de 2013

Que saudades da Amélia?




Abrir mão de trabalhar fora para cuidar da casa e dos filhos pode ser visto como um luxo – mas também como um caminho de volta a antigos papéis reservados a homens e mulheres. Tpm foi investigar como fica a liberdade quando elas escolhem ser “do lar”



Imagine que você é uma jornalista de sucesso, com cargo executivo em uma grande corporação. Tem 30 e poucos anos e está grávida de sete meses. De repente, seu chefe avisa que você vai ser promovida. Mais que isso, vai comandar uma fusão, o que significa ganhar uma nota, mas sofrer uma megapressão. O que você faz? A jornalista Claudia Visoni, 47 anos, passou por essa situação. E disse não. “Eu estava grávida de gêmeos, tendo que demitir pessoas, com meus filhos chutando dentro da barriga. Achei que era melhor eu me fundir comigo mesma”, ri.

Claudia hoje administra a educação e a alimentação dos gêmeos de 12 anos. Tenta comprar legumes frescos. Adotou o que chama de “filosofia do cuidar”.

“A nossa sociedade não valoriza quem cuida da própria casa, da família, da cidade”, diz, quase militando. Ela não está sozinha. Faz parte de uma corrente de mulheres que diz não para a cultura da hiperatividade e resolve voltar para casa e cuidar dos filhos. Isso sem abrir mão de valores feministas. Será possível?

O tema foi capa de uma edição de março da revista semanal americana New Yorke é assunto de livros e
Murillo Meirelles
A atriz Alinne Moraes adora fazer comida e se calma lavando roupa
A atriz Alinne Moraes adora fazer comida e se calma lavando roupa
blogs que chamam a onda de “novo feminismo”. Segundo algumas das adeptas, estamos querendo voltar para casa.
“Vejo isso acontecer entre mulheres com mais de 30 anos, que já trabalharam e sentiram que eram competentes. Uma hora, elas pensam: ‘É isso que quero para minha vida? Será que não quero cuidar da outra parte dela?’”, diz a psicóloga Cecília Troiano, autora de Vida de equilibrista – Dores e delícias da mãe que trabalha (Cultrix). De acordo com ela, isso não tem a ver com submissão. “Não são mulheres que querem ser dependentes do marido, mas que estão optando porque têm liberdade para escolher”, frisa. “Geralmente, elas já fizeram uma poupança e têm um plano B de carreira.”
Claudia reforça isso. Se considera feminista e entre suas bandeiras estão a diminuição da jornada de trabalho, a divisão de tarefas domésticas e o aumento das creches nas empresas. No caso da jornalista, ela trocou, por exemplo, a pressão de ter que decidir uma demissão pelo embate dos filhos, que não queriam vestir sozinhos a roupa depois da natação. “Na maioria das vezes, eu era a única mãe no meio das babás. Elas não iam perder tempo ensinando como eu. O que é natural, afinal, não são filhos delas”, conta Claudia, que sofreu um bocado até tomar a decisão. “Nossa cultura prega que você deve trabalhar muito para uma grande empresa que produza bens de consumo e consumir muito, senão, está de fora”, explica ela. Assim que deixou o trabalho, abriu uma empresa especializada em agricultura orgânica e hoje dá consultoria como “jardineira”. “Não dependia financeiramente do meu marido na época. Hoje, é ele quem sustenta a casa, mas não vejo como dependência, e sim como uma sociedade.”
Glamour? Não, arroz com feijão
Dar um tempo. Mudar. Essas ideias já estão nos planos da atriz Alinne Moraes, 30 anos, estrela da TV Globo no auge da carreira e, quem diria, uma mulher prendada, que adora fazer comida e se acalma lavando roupa. “Quero ter filhos, e penso que vou ficar ausente do trabalho para viver isso”, diz. No momento, ela está de férias (apesar de ter gravado em abril uma participação na série O dentista mascarado). Desde dezembro, Alinne se permitiu um descanso do trabalho, e um de seus programas preferidos tem sido ir ao supermercado e reproduzir as receitas de bolo da avó (leia a entrevista com a atriz na página 47).
Não é qualquer mulher que pode se dar a esse luxo, claro. Conseguir dar um tempo e se dedicar à família está ligado à classe social e ao tipo de trabalho de cada uma. “Dependendo da profissão, a mulher pode conseguir voltar ao mercado de trabalho depois de uns cinco anos fora”, diz a psicóloga Cecília.
Reprodução André Klotz
 "Acho que temos que procurar a liberdade de ser o que a gente quiser", Daniela de Paula, 42 anos, agrônoma
No começo dessa mudança de vida, Daniela adotou atitudes radicais, das quais hoje ri. “Cheguei a me recusar a pegar a roupa do meu marido na lavanderia porque achava que ia virar uma mulherzinha”, diz. Mas foi só em outro país que ela começou a sair da zona cinzenta. “Resolvi que tinha que aproveitar o que era bom na minha vida, que era a liberdade. Quando mudamos para o Equador, para onde ele foi transferido, decidi que aquele seria o ano da experimentação. Estudei línguas, voltei a cozinhar[na Alemanha ela se recusava] e até descobri que sou prendada”, conta. “Comecei a fazer cursos de trabalhos manuais e acabei criando um blog, que no começo escondi dos amigos, de novo com medo de ser tachada de ‘mulherzinha’.”Largar a vida hiperativa de quem trabalha muito para cuidar de uma casa pode ser difícil. Que o diga a agrônoma Daniela de Paula, 41 anos, que tomou a decisão há cinco. Depois de mais de dez anos trabalhando sem parar, ela se apaixonou por um diplomata, casou e se mudou para a Alemanha com ele. O que poderia parecer um sonho para muitas mulheres, para Daniela quase virou um filme depressivo. “Passei dois anos perdida. Sempre me defini pelo trabalho, não sabia mais quem era, entrei numa espécie de limbo”, conta. Nesse meio-tempo ela teve uma filha e cuidou dela sem babá, mas o vazio continuou. “Aprendi que ninguém se define sendo uma coisa só. Não poderia me definir sendo só mãe e esposa”, explica.
Além da dificuldade de se sentir “excluída” por não trabalhar, Daniela teve que lidar com uma situação inédita: depender financeiramente de um homem. “No início, não comprava nem um grampo. Achava que não tinha dinheiro. Até que decidimos fazer uma divisão de renda”, explica. Isso significa que ele passou a depositar mensalmente na conta dela uma quantia definida pelo casal. “Gasto o dinheiro como quero, ele não interfere em nada”, diz.
Depois de tanta experimentação, Daniela está mais em paz com as escolhas que faz. “Temos que procurar a liberdade de ser o que a gente quiser”, ensina a agrônoma, que, este mês, retoma a profissão, agora como consultora do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil).
Coisa de mulher?
Algumas das defensoras de carteirinha da volta para o lar são radicais. Caso da escritora americana Suzanne Venker. Autora dos livros The flipside of feminism e 7 myths of working mothers (em tradução livre, O outro lado do feminismo e 7 mitos das mães que trabalham), ela afirma, em entrevista à Tpmpor e-mail, que a mulher tem, sim, mais talento para cuidar da casa do que o homem. 
“As mulheres são mais interessadas na casa e nos filhos. O que não significa que eu ache que a mulher não possa ser competitiva e respeitada como força de trabalho. Eu só acho que homens e mulheres não devem tentar ser iguais o tempo todo. Isso é contraproducente”, acredita.
Há quem discorde – e muito – dessa “tendência”. Caso da socióloga Bila Sorj, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Não vejo essa tendência como uma realidade da mulher atual. Pelo contrário. A mulher está cada vez mais interessada em se inserir no mercado de trabalho. Mesmo as mulheres de classes mais pobres, que fazem trabalhos que podem ser considerados chatos, como o de faxineira, não querem virar donas de casa, elas se sentem ‘empoderadas’ por terem sua profissão e seu próprio dinheiro”, argumenta.
De acordo com a escritora inglesa Jessica Mann, 75 anos, autora do livro The fifties mystique (A mística dos anos 50), sobre a glamorização dessa década, algumas mulheres idealizam a vida em casa. “Isso acontece entre as mulheres jovens, que não viram as batalhas feministas. Elas fantasiam sobre as velhas formas porque acham que os direitos das mulheres são coisas que foram facilmente conquistadas. Mal sabem elas.”
A realidade na casa de Lola Aronovich, 45 anos, professora universitária e feminista, autora do blogEscreva Lola escreva, é bem diferente da pregada pelas “novas donas de casa” e não tem nada de anos 50. “O cuidar não precisa ser só da mulher”, diz ela, que é casada há 19 anos e divide as tarefas com o marido. “Desde que ele me conheceu, sabia que eu não iria aceitar não dividir.” Os dois moram em Fortaleza, em uma casa “não muito arrumada”, segundo ela. “Não cozinho bem, mas acho que melhor que ele. Por outro lado, é ele quem lava as minhas roupas”, conta Lola.
Ele lava, ela cozinha
Independentemente de poder optar por “ficar em casa”, escolher não trabalhar é um luxo ao qual poucas
Reprodução André Klotz
 "Só quem pode optar por ser dona de casa é a mulher de classe média, que tem recursos",Clara Averbuck, 33 anos, escritora
podem se dar, como lembra a escritora gaúcha Clara Averbuck, 33 anos, mãe de Catarina, 9. “Só quem pode optar por isso [ser dona de casa] é a mulher de classe média, que tem recursos. A mulher pobre sempre trabalhou e viveu a dupla, tripla jornada. O lance é que antes a mulher de classe média ficava em casa por obrigação. Agora, se resolver ficar em casa, é uma decisão do casal. Particularmente, acho muito problemático uma pessoa depender da outra, mas o feminismo luta por liberdade de 

escolha, e, se essa escolha for ficar em casa, que assim seja.”

No momento, Clara mora com a filha em São Paulo. Mas, por um tempo, viveu uma situação diferente. Estava trabalhando muito, a filha morava com o pai e era ela quem pagava pensão para o marido. “Prefiro não falar de valores, mas paguei durante esses dois anos em que ela morou com ele. Bancava a escola e mais uma grana”, conta.
Concordando ou não, querendo ou não voltar para casa (e podendo ou não), a realidade mostra que ainda são as mulheres que cuidam dos filhos no Brasil. E quem cuida do filho costuma cuidar da casa. Segundo o Dossiê Família Brasileira, realizado pelo Datafolha em 2007 (com 2.093 entrevistados de 211 municípios brasileiros), apenas 22% do cuidado (acompanhar as refeições, levar à escola, ao médico, ajudar nas lições) dos filhos fica para os pais. O resto, claro, é responsabilidade das mães.
Absurdo?Sim. Mas nada que surpreenda. Claudia, aquela mesma que largou um empregão para cuidar dos filhos, concorda. “Esse não pode ser um trabalho só da mãe”, ela diz. Seja essa mãe uma dona de casa ou alguém que trabalha fora.

10 de agosto de 2012

Cléo Fernandes: A história da Miss Brasil Plus Size que venceu os padrões do mercado


Felipe Morozini
Cléo Fernandes
Cléo Fernandes



25 anos, 98 quilos, 1,75 de altura, a Miss Brasil Plus Size, é uma das modelos mais requisitadas do país. Até chegar aqui, precisou vencer um distúrbio alimentar, os padrões do mercado e a ideia de que para ser feliz é preciso ser magra

A menina de Havaianas, calça legging e blusa estampada que atende a porta de uma casa no bairro Tatuapé, em São Paulo, pouco lembra o mulherão que vem protagonizando campanhas – inclusive de lingerie – para marcas como Avon e Duloren. Cléo Fernandes teve pouco tempo para digerir o salto que sua vida deu nos últimos meses. Em janeiro, a professora de educação física de 25 anos deixou a casa dos avós e o noivo em Goiânia. Desembarcou na capital paulista, onde venceu a primeira edição do Miss Brasil Plus Size. Enfrentou hostilidade de colegas e resistência de um mercado acostumado a um padrão. 

Em seus primeiros dias em São Paulo, a ex-professora de alunos especiais procurou as grandes agências que têm portfólio de meninas GG. Queria que gerenciassem sua carreira. “Mas me diziam que só atendiam garotas que vestiam até 44. Uso 48/50. Eu estava fora dos padrões. Não aceitaram nem que eu fosse lá pessoalmente”, conta.
Cléo recorda a primeira vez em que se sentiu fora dos padrões. “Foi aos 11 anos. Amigos e parentes diziam: ‘Você tem um rosto tão bonito, se perdesse alguns quilos poderia ser modelo’.” As palavras bateram fundo. Passou a usar laxantes para emagrecer. “Chegava a tomar uns 30 por semana”, conta. “Acordava no meio da noite para ir ao banheiro, não tinha controle do meu corpo.”
Nessa época, durante uma aula de biologia, aprendeu que o intestino era o grande responsável por absorver alimentos. Como consequência, vomitava boa parte do que comia antes que isso acontecesse. “Não tinha ideia do que era bulimia nem que isso era um transtorno alimentar. Lembro só que minha mãe descobriu o que eu fazia e brigou comigo”, diz. “Passei a fazer mais ‘bem-feito’. Parece absurdo dizer isso agora, mas a gente desenvolve técnicas para que ninguém perceba. E eu tinha sorte [faz sinal de aspas com as mãos] porque minha unha não manchava e eu não mordia a mão, como acontece com algumas pessoas.”
Ainda assim, Cléo nunca chegou a ser magra. “Pesava menos do que hoje, mas já usava 40, 42. Ou seja, não mudei tanto assim de corpo depois que me curei, aos 20 anos. Eu queria ser mais magra que a Gisele Bündchen, olha que loucura!”
No auge da doença, aos 16 anos, chegava a forçar o vômito dez, 15 vezes por dia. “Esperava todo mundo sair de casa e começava o processo. Comia um monte, ia para o banheiro vomitar e logo depois voltava para a cozinha. Só parava quando alguém chegava em casa”, lembra. “Alguém” eram os avós maternos, com quem sempre morou, já que sua mãe, Patrícia Fernandes, engravidou dela aos 16 anos e se mudou para Brasília quando a filha tinha 11. “Magra desde sempre”, a mãe de Cléo fazia “bicos” como modelo em Goiás e admite que esse fato pode ter influenciado na doença da filha. Porém, prefere dizer que assim que descobriu o distúrbio – aos 18, Cléo foi diagnosticada com uma úlcera no estômago –, deu apoio incondicional. Aprendeu que precisava frisar para as filhas (a caçula tem 10 anos) que o importante é “ser bonita por dentro”. Uma vez na terapia, Cléo garante que não foi difícil se livrar da bulimia, nem de aceitar os quase 30 quilos que ganhou com rapidez. “Na minha cabeça eu estava emagrecendo. As roupas começaram a não caber mais e eu tinha que comprar outras novas, mas não sentia que estava engordando.”
O passo seguinte foi a decisão de cursar educação física na Universidade Estadual de Goiás. Lá, descobriu que não existe apenas um padrão de beleza nem de tamanho. “Estudamos muito o corpo humano e como cada época tem uma visão diferente. Vivemos num mundo em que as mulheres magras são mais valorizadas, mas nem sempre foi assim. Agora consigo me descolar dessa pressão social. Aceitei que o que é bom é aquilo que faz bem pra mim”, conta.

"Não sabia, mas sofria de bulimia. Eu queria ser mais magra do que a Gisele, olha que loucura"

Durante a faculdade, Cléo, que admite nunca ter tido problema para arranjar namorados, conheceu o noivo, o engenheiro Marcus Rodrigues, 34 anos. “Acho a Cléo linda do jeito que ela é. Me apaixonei pelo rosto e pelo sorriso dela. E gosto de ver ela feliz sendo modelo. Fala o tempo todo do trabalho, viaja, se diverte. Na distância entre nós, já que eu sigo vivendo em Goiânia, a gente dá um jeito.”
Cléo não sabe se quer ficar em São Paulo. Tímida assumida, a modelo só costuma sair para ir ao cinema, passa suas horas de folga assistindo a filmes no computador e nunca foi muito de ir para a balada. “Me sinto sozinha aqui. A cidade é enorme e, desde que ganhei o concurso, tenho sido hostilizada por alguns profissionais do meio GG. 
Acho que é por estar aparecendo mais. Dizem que tive sorte, mas sei o quanto ralei pra chegar até aqui.” A mãe, Patricia, é um dos apoios mais presentes para que a modelo siga com a carreira: “Só aceito que ela venha me ver em Brasília se for para visitar. Desistir de São Paulo, nem pensar. Ela está indo muito bem, tem grandes chances de ir para os Estados Unidos, onde o mercado para modelos como ela é enorme”, acredita.


Mercado disputado
O Brasil ensaia seguir essa trilha. O setor está tão em voga que já começa a disputar os cabides de lojas famosas. A C&A, uma das maiores varejistas de moda do país, lançou no mês passado uma coleção para tamanhos de 46 a 56. Renata Poskus, diretora do Fashion Weekend Plus Size, acompanha de perto esse boom. “Quando comecei a organizar o Fashion Weekend Plus Size, em janeiro de 2010, existiam poucas marcas, era tudo muito pequeno. Hoje já são 20 grifes desfilando”, diz. A explosão comercial acompanha uma notícia alarmante: no ano passado, uma pesquisa do Ministério da Saúde apontou que quase 48% da população brasileira está acima do peso.


A condição, que pode causar problemas à saúde, faz parte das preocupações de Cléo. “Não quero que pensem que, porque eu trabalho com isso, acho que tudo bem a pessoa ser gorda. Não acho. Só não acredito que quem está fora do peso tem que ser excluído da sociedade. Isso gera ainda mais ansiedade no obeso, que muitas vezes já tem um problema de compulsão”, explica. “Hoje quero perder 8 quilos porque não quero ter problemas de saúde mais pra frente, e não porque me sinto na obrigação de me encaixar em um padrão. Um mercado maior de moda plus size não vai fazer as pessoas comerem mais ou menos, só vai ajudar a se sentirem melhor.”
Cléo demorou até se convencer de que deveria tentar a sorte como modelo GG, ou “moda maior”, como são conhecidas as marcas plus size em Goiás. “Não ligo para o nome que dão. Acho que é uma necessidade da sociedade de separar quem é gordo de quem não é, mas não me incomoda. Contanto que elas existam e a gente tenha opção, pode chamar do que quiser!”, declara. Levou oito meses para entregar as fotos caseiras de si mesma para uma loja de Goiânia, que procurava meninas acima do peso para uma campanha. “Eu não dei muita bola na hora, mas depois fui pesquisar sobre o ramo e percebi que existia um mercado grande e mal explorado de lojas para mulheres maiores. Pensei que talvez pudesse dar certo”, lembra.
No começo de 2011, Cléo foi convidada a desfilar no Fashion Weekend Plus Size, e se destacou. Seis meses depois, Renata Poskus sugeriu que a goiana participasse do Miss Brasil Plus Size. “Ela relutou e só se inscreveu 15 dias antes do concurso”, diz. “Acabou ganhando e tendo uma projeção enorme.”
Cléo assume ainda ter dificuldade de aceitar que o mulherão que aparece nas fotos é, de fato, a menina doce que ainda não consegue se ver bonita no espelho. “Já admito que tiro foto bem, estou feliz com o meu corpo, mas sou muito tímida. Participar do concurso significava me mostrar como Cléo, e ainda é difícil acreditar que justo eu, que passei a adolescência pensando que só seria feliz magra, estou me dando tão bem com o corpo que tenho hoje.”

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